"Assumo total responsabilidade". O embaraço do conselheiro de Segurança Nacional de Trump

por Cristina Santos - RTP
Michael Waltz Com Trump na Sala Oval Foto: Leah Millis -Reuters

"Eu criei o grupo". Foi desta forma que o conselheiro de Segurança Nacional de Donald Trump, Michael Waltz, assumiu a responsabilidade pela inclusão de um jornalista num grupo de chat com altos funcionários da Administração em que foram partilhadas informações altamente confidenciais sobre ataques aéreos no Iémen.

“Nenhum funcionário foi responsável. Eu assumo total responsabilidade. Eu criei o grupo. A minha função é garantir que tudo funciona”, admitiu Waltz, entrevistado na terça-feira pela televisão Fox News.“É embaraçoso, sim. Vamos esclarecer tudo”, garantiu o conselheiro de Trump, numa altura em que Elon Musk foi chamado para ajudar: “Temos as melhores mentes técnicas a analisar o que aconteceu”.

Michael Waltz não consegue explicar como é que o contacto do jornalista Jeffrey Goldberg foi adicionado no grupo.

"Já lhe aconteceu ter um contacto em que o nome é daquela pessoa, mas o número pertence a outra pessoa? Claro que não vi esse falhado no grupo. Parecia outra pessoa” defendeu o conselheiro de segurança nacional dos EUA.

Apesar de assumir a responsabilidade, Waltz continuou a culpar o editor-chefe da revista The Atlantic estando agora a ser investigado “se ele (o jornalista) agiu deliberadamente ou aconteceu algum problema técnico, é algo que estamos a tentar descobrir".

Michael Waltz assegurou que não conhece Jeffrey Goldberg nem lhe enviou mensagem e apelidou-o de "escória” e criticou os media por se focarem nesta polémica.

Estas declarações de Waltz surgem um dia depois de o jornalista Jeffrey Goldberg ter revelado ter sido adicionado a um grupo no Signal, uma aplicação de mensagens privadas, que discutiu "detalhes operacionais" de ataques planeados contra os Houthis no Iémen. O grupo de chat incluía o vice-presidente JD Vance, o secretário de Defesa Pete Hegseth, o secretário de Estado Marco Rubio e outras figuras da Administração Trump.

O jornalista permaneceu no grupo sem ser detectado enquanto os membros do gabinete do presidente discutiam políticas e coordenavam uma série de ataques.

Os democratas acusaram a Administração Trump da mais grave violação das regras de confidencialidade e de ter colocado em risco a segurança nacional dos EUA.

Ainda assim, o diretor da CIA e a diretora de Inteligência Nacional desvalorizaram, na terça-feira, perante o Senado, a divulgação de informações de teor militar. Ambos garantiram que não foram divulgados dados confidenciais.
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